Se eu não consigo resumir em um texto estruturado de 450 palavras a pesquisa que quero fazer, é porque ainda não sei exatamente o que quero realizar!

6.1. Definição
O plano de intenção é um documento essencial no processo de pesquisa, representando um resumo estruturado composto por 15 parágrafos que abordam os aspectos mais importantes do projeto de pesquisa. Ele funciona como uma versão ampliada da ideia brilhante, sendo um esboço preliminar do resumo que eventualmente integrará o projeto de pesquisa completo. Sua principal função é organizar, de forma clara e concisa, os elementos centrais da pesquisa, como a pergunta de pesquisa, a hipótese e o objetivo. Esse documento permite ao pesquisador visualizar melhor o escopo de sua investigação, facilitando ajustes e refinamentos antes do desenvolvimento do projeto integral. O plano de intenção não apenas ajuda a estruturar o pensamento do pesquisador, mas também serve como uma ferramenta de comunicação eficiente para eventuais orientadores ou financiadores.
6.2. Importância
O processo de redigir o plano de intenção é um passo crucial no refinamento da ideia de pesquisa. Colocar a ideia no papel permite ao pesquisador identificar lacunas, inconsistências e áreas que necessitam de aprimoramento. Além disso, a escrita oferece a oportunidade de realizar uma nova autocrítica, revisando continuamente a relevância e a viabilidade da pesquisa. O plano de intenção permite que o pesquisador avalie, com mais clareza, se sua pergunta de pesquisa é significativa o suficiente para contribuir ao campo científico e se ele tem os recursos necessários para responder a essa pergunta de forma eficaz. Ao finalizar a primeira versão do plano de intenção, é recomendável ter sempre uma cópia impressa e uma versão digital armazenada no Google Drive, de modo que o documento esteja disponível para revisões e discussões a qualquer momento. Ter esse material em mãos é fundamental na hora de buscar um orientador ou discutir a pesquisa em encontros inesperados, facilitando o avanço e o amadurecimento da ideia. Apresentar o plano de intenção completo a um possível orientador é uma excelente maneira de demonstrar seriedade e organização, além de possibilitar feedbacks valiosos para o aprimoramento da pesquisa.
6.3. Quem deve fazer?
O plano de intenção deve ser redigido pelo próprio pesquisador, pois é ele quem possui a compreensão mais profunda sobre a ideia original e os objetivos que deseja alcançar com a pesquisa. Somente o pesquisador tem a capacidade de ampliar as informações da ideia brilhante e de articular claramente todos os detalhes necessários para o desenvolvimento da pesquisa. Ao escrever o plano de intenção, o pesquisador precisa transformar sua visão inicial em uma proposta clara e objetiva, garantindo que todos os elementos — como pergunta de pesquisa, hipótese e objetivo — estejam alinhados e coerentes. Esta tarefa é fundamental para assegurar que a pesquisa seja conduzida de forma rigorosa e consistente, e que seu propósito esteja bem delineado desde o início. Ainda que o orientador ou outros colaboradores possam ajudar a refinar o plano, a responsabilidade de sua elaboração inicial recai inteiramente sobre o pesquisador.
6.4. Quando fazer?
O plano de intenção deve ser elaborado logo após o surgimento da ideia brilhante e quando o pesquisador está convencido de que essa ideia é relevante e viável. A partir desse momento, o plano começa a ser desenvolvido, e é importante que o pesquisador não se apresse em concluí-lo. Pelo contrário, o plano de intenção deve ser revisado e aprimorado várias vezes antes de se chegar a uma versão final. Esse processo contínuo de revisão permite que o pesquisador ajuste aspectos cruciais da pesquisa, como o objetivo, a metodologia e a hipótese, garantindo que todos os elementos estejam bem definidos antes de avançar para a execução da pesquisa. Quanto mais tempo o pesquisador dedicar ao aprimoramento do plano de intenção, maiores serão as chances de sucesso nas etapas seguintes. Essa fase inicial é o alicerce sobre o qual todo o projeto será construído.
6.5. Onde fazer?
A redação do plano de intenção pode ser realizada em qualquer lugar que ofereça as ferramentas necessárias, como um processador de texto eletrônico e uma conexão com a internet. Embora o ambiente físico em si não seja determinante, é essencial que o pesquisador tenha um espaço onde possa se concentrar e dedicar tempo ao desenvolvimento da pesquisa. O acesso à internet é importante não apenas para armazenar o documento digitalmente, mas também para consultar referências, modelos e exemplos que possam orientar o desenvolvimento do plano. É recomendável que o plano de intenção seja constantemente atualizado em uma plataforma como o Google Drive, permitindo que o pesquisador tenha acesso ao documento em qualquer momento, facilitando revisões e ajustes à medida que novas ideias ou informações surjam. O mais importante é que o pesquisador se sinta confortável e tenha os recursos necessários para conduzir seu trabalho de maneira eficaz.
6.6. Como fazer?
A elaboração do plano de intenção envolve várias etapas, que devem ser seguidas cuidadosamente para garantir a coerência e a clareza do documento final. O processo pode ser dividido em duas fases principais: a versão inicial e a versão final.
- Versão inicial: Comece criando um esboço com os principais elementos da pesquisa, incluindo a pergunta de pesquisa, a hipótese, o objetivo e o título. Esses quatro itens precisam estar alinhados e utilizar as mesmas terminologias para garantir a consistência. Durante essa fase, o foco deve ser na coerência entre os itens e na clareza da formulação da pergunta. A versão inicial serve como uma base para refinamentos posteriores. Ao trabalhar na versão inicial, o pesquisador deve manter o cuidado de não se prender à perfeição, mas sim buscar uma estrutura clara que pode ser aprimorada com o tempo.
- Versão final: Após várias revisões da versão inicial, o pesquisador pode avançar para a versão final, que será um resumo mais detalhado do projeto de pesquisa. Esta versão deve ser impressa em uma folha de papel A4 e revisada minuciosamente quanto ao conteúdo, à ortografia, à sintaxe e à semântica. A versão final deve incluir os 15 itens que compõem o plano de intenção completo, desde o título até as fontes de fomento. O objetivo é garantir que todos os aspectos do projeto estejam claros e que o plano de intenção sirva como uma representação precisa do que será a pesquisa.
A versão final do plano de intenção deve conter:
- Título (deve estar coerente com a pergunta de pesquisa);
- Autor (nome completo sem abreviações);
- Instituição (nome oficial, endereço, e-mails, telefones e link para o currículo Lattes);
- Arquivo (nome do arquivo, data e hora de impressão);
- Contexto (relevância e a pergunta de pesquisa);
- Objetivo (objetivo e hipótese da pesquisa);
- Tipo de estudo (metodologia a ser utilizada);
- Local (onde estarão os participantes da pesquisa);
- Amostra (critérios de inclusão e exclussões para os participantes da pesquisa);
- Procedimentos (se aplicável, para comparação em ensaios clínicos ou em estudos de acurácia, ou em estudos de coorte);
- Variáveis (primárias, secundárias e complementares);
- Método estatístico (tamanho da amostra e análise estatística);
- Descritores (palavras-chave de acordo com o Descritores em Ciências da Saúde (DeCS, https://decs.bvsalud.org));
- Conflitos de interesse. Veja: https://www.icmje.org/disclosure-of-interest/
- Fonte de fomento.
Regras gerais:
- O plano de intenção deve ser escrito em uma folha A4, utilizando apenas uma das faces do papel.
- Deve conter no máximo 450 palavras e ser dividido em 14 ou 15 parágrafos, dependendo do tipo de estudo.
- A fonte deve ser ARIAL ou OSWALD ou ANTONIO, e é importante utilizar espaçamento adequado entre os parágrafos.
- O plano deve ser impresso e nunca manuscrito.
- A moldura que envolve o plano no modelo serve apenas para ilustrar o tamanho da folha.
- A entrega ao orientador deve incluir uma cópia impressa e outra digital apenas após a conclusão do plano.
6.7. Considerações finais
O plano de intenção é um documento dinâmico que será continuamente aperfeiçoado ao longo do processo de planejamento da pesquisa. Ele é o esboço inicial que guia todo o projeto, ajudando a definir os parâmetros essenciais da investigação. Sua versão final servirá como o resumo do projeto de pesquisa e será fundamental para orientar a revisão da literatura, a escolha dos métodos e a coleta de dados. Quanto mais refinado e bem elaborado o plano de intenção, mais fluído será o desenvolvimento das etapas subsequentes da pesquisa.
***
